Santiago, Chile: viagem de inverno

Santiago é a maior cidade do Chile (quase 6 milhões de habitantes) e a principal porta de entrada de turistas no país andino, que tem excelentes destinos como a Patagônia e o deserto do Atacama. Entretanto, a capital chilena também tem seus atrativos, especialmente no inverno. Descubra as possibilidades nesse guia sobre Santiago, Chile.

A capital chilena faz parte de um roteiro do MSL no Chile, num período de 11 dias. Se quiser saber mais sobre o roteiro, clique aqui.

Quando ir para Santiago (Chile)

De forma geral é possível ir e aproveitar o ano inteiro. Apesar disso, a época mais badalada é o inverno. Então para viver o melhor do clima Andino, ver o topo das montanhas brancas de neve e ter a oportunidade de esquiar, os melhores meses para viajar para Santiago são julho e agosto. Não tem agenda disponível? Junho também está valendo!

A temperatura média nesses meses é de 10ºC (4ºC a noite e 16º durante o dia). Esses também são os meses com maior chance de chuva, mas não se assuste, o volume mensal é baixo (cerca de 80 a 100mm). Outro ponto a ser considerado são os dias mais curtos. No inverno o amanhecer é um pouco antes das 8h e o pôr do sol às 18h.

Bom, já falei que essa é a época com maior quantidade de neve, mas não na cidade e sim nas montanhas. Isso porque nevar em Santiago é um evento muito raro. Então pra ver neve, você terá que subir a montanha!

Quanto tempo ficar

Conforme recomendamos no post “Chile no inverno: roteiro de 11 dias”, cinco dias na capital chilena é um bom período para conhecer e curtir os principais pontos de Santiago. Além desse tempo, sugerimos mais dois dias na montanha, que ficam bastante próximo da capital.

Se você gosta do frio, mas não é exatamente fã desse clima, nem curte esquiar, talvez deva considerar apenas subir e descer a montanha no mesmo dia, pernoitando em Santiago.

Onde ficar em Santiago, Chile

Sem dúvidas a melhor região para se hospedar é em Bellavista, que é a zona mais turística de Santiago e onde está concentrada a vida noturna.

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Além disso, se você curte esquiar recomendo que você fique uma ou duas noites na montanha. Quando fui para o Chile eu não fiz isso, acabei subindo a montanha em dois dias diferentes. Confesso que me arrependi de não ter ficado dois dias direto lá, especialmente porque curti muito esquiar.

Custo para o turista

É… Chile não é Colômbia onde o dinheiro rende muito. O custo em geral no Chile é um pouco mais salgado que no Brasil, mas nada de outro mundo. Considerando o custo médio do turismo mundial, esse é um destino considerado “ok!”.

E claro, essa “diferença” em relação ao Brasil é totalmente equalizada no vinho. Sim, se você gosta da bebida, vai ficar apaixonado pelo Chile. O custo é ridiculamente barato. As garrafas custam de 3 a 5x menos que no Brasil. Falaremos disso mais adiante nesse texto 😊

Segurança

O Chile, de maneira geral, é bastante seguro. Quando viajei em 2016 estava rolando umas manifestações estudantis (manifestações são bastante comuns lá). Em uma oportunidade em que estava andando na rua tive a “sorte” de cair bem no meio dessa manifestação. Passou um grupo de umas 30 pessoas correndo e atrás vinham os policiais… por um momento foi tenso, mas dispersou rapidamente.

Nessa experiência não presenciei nenhum uso de força excessivo nem rolou qualquer problema com a polícia que percebeu que não estávamos no meio do evento 😛

Dica importante: é proibido beber ou portar bebidas alcoólicas abertas nas ruas de Santiago. Bebida somente em estabelecimentos comerciais.

Como se locomover

Boa parte dos trechos eu fiz de Uber. O valor não era caro, apenas um pouco maior que no Brasil. Além disso, quando fui visitar a Vinícola Undurraga que existe no entorno de Santiago, decidi ir de metrô e ônibus para conhecer o sistema local.

Existem muitas linhas de metrô que cobrem boa parte de Santiago, então, esse pode ser um meio de transporte a ser considerado, especialmente para distâncias mais longas.

Em certas regiões, o trânsito do Chile é um pouco caótico, lembrando até São Paulo. Dependendo do horário e do seu destino, usar o metrô pode ser uma opção interessante.

O que fazer em Santiago

Santiago é enorme e existem programas para todos gostoso a todas horas do dia. Aqui eu apresento uma pequena lista de “rolês” para você aproveitar a capital chilena.

1. Shopping Costanera / Sky Costanera

Particularmente não curto muito ir em shopping (aliás, odeio!). Mas como precisava comprar algumas roupas de frio, resolvi aproveitar para conhecer o Shopping Costanera, que fica no prédio mais alto da América Latina.

O prédio fica situado na região de Providencia, e tem 300 metros de altura (64 andares). Além de tudo que se tem num shopping, a principal atração é o Sky Costanera, que é um mirante no último andar. Lá de cima é possível ter uma vista panorâmica da cidade e da cordilheira dos Andes.

Sky Costanera - Santiago Chile

O preço do acesso é um pouco salgado, custa 15.000 pesos chilenos (algo como 100 reais). Então depende muito da sua vibe de querer curtir essa experiência.

2. La Chascona – Casa de Pablo Neruda

Pablo Neruda é um ícone na cultura chilena e da América Latina. O escritor, escultor, pintor e poeta tinha como característica marcante o seu amor pela boêmia. Além disso, ele gostava muito de receber as pessoas nas suas casas, que sempre possuíam ambientes irreverentes e… nomes! Todas as casas de Pablo Neruda eram batizadas pelo artista, e essa de Santiago se chama “La Chascona” que significa “A Descabelada”.

La chascona - Santiago Chile

As outras casas de Pablo Neruda ficam em Valparaíso (“La Sebastiana”) e em Isla Negra, que possui o mesmo nome do local. A visita é bastante interessante e ajuda a entender um pouco da história do artista. O custo de tour é de 7.000 pesos chilenos (algo como 50 reais), e você terá acesso a praticamente todos os cômodos. A visita é guiada por aqueles aparelhos eletrônicos que você recebe na entrada e pode ir conhecendo os ambientes no seu ritmo. Quando visitei o local, gastei algo como 1 hora e meia.

La chascona
3. Pátio BellaVista

O Pátio BellaVista é uma área que concentra diversos bares e restaurante no mesmo bairro que lhe dá o nome.

Além dos bons restaurantes e lugar agradável, esse local será uma mão na roda sempre que você precisar fazer alguma refeição e não quiser pensar/procurar muito onde ir, isso a qualquer hora do dia (café da manhã, almoço ou janta). Como são dezenas de opções, com certeza alguma vai lhe agradar.

4. Viña Undurraga

Para os amantes do vinho, ir ao Chile e visitar uma vinícola é praticamente uma obrigação. Existem algumas opções no entorno de Santiago, a mais famosa é a Concha y Toro. A vinícola Undurraga é uma opção bastante interessante que não difere tanto do objetivo da Concha y Toro.

A vinícola fica localizada em Talagante (cerca de 45km de Santiago) e para chegar até lá optei por uma parte do trajeto de metrô e outra de ônibus (nenhuma linha de metro chega até lá). Cerca de 1 hora e 15 minutos de locomoção.

A visita inicia com um passeio pelas videiras, que no inverno estão totalmente secas, algo que pode frustrar um pouco os visitantes. Caso queira ver a paisagem na época da colheita, você precisará visitar no verão 😛

Entretanto, a visita é bastante interessante. O guia que nos conduziu trazia informações interessantes sobre toda produção de vinho misturado com várias “tiradas de humor”. O tour é em espanhol, mas o guia não fala muito rápido, o que facilita bastante para entender, mesmo se você falar muito pouco de espanhol.

No rolê também conheci os locais de armazenamento do vinho e por último teve uma degustação de alguns rótulos da casa. O custo do tour em grupo é de 14.000 pesos chilenos (algo como 100 reais) e com certeza vale muito a pena.

Viña Undurraga
5. Cerro San Cristóbal

O cerro San Cristóbal tem a sua subida principal na região de Bellavista e é o mais alto (cerca de 300m) e famoso da cidade. Esse resquício da formação da Cordilheira dos Andes faz parte do Parque Metropolitano de Santiago.

Para subir você pode ir de funicular, teleférico ou mesmo caminhando (pernada de uns 40 minutos). A subida de funicular dura cerca de 8 minutos e custa entre 1500 pesos chilenos (dia de semana) e 2600 (finais de semana). Para ir de teleférico o ticket é um pouco mais caro, 2500 dia de semana e 3000 aos finais de semana, mas você poderá parar nas 3 estações e curtir uma panorama melhor da subida.

Lá em cima você terá uma bela vista da cidade, das cordilheiras e também vai encontrar uma imagem da Virgem Imaculada Conceição de 22 metros.

Cerro san Cristobal virgem imaculada conceicao
6. Cerro Santa Lucia

Bem menor que o Cerro San Critóbal, o cerro Santa Lucia possui cerca de 70 metros de altura e fica localizado na região Bellas Artes, bem próximo de Bellavista.

Pra falar a verdade não chega a ser nada sensacional, mas lá de cima você conseguirá uma vista legal da cordilheira, especialmente se for inverno. De toda forma, se você estiver por perto, não custa nada dar uma passadinha lá. A subida é feita caminhando, e não leva nem 10 minutos.

Cerro Santa Lucia - Santiago Chile
Vista do Cerro Santa Lucia
7. Pub Crawl Santiago

Ahhh o Pub Crawl! É claro que ele não poderia faltar. Talvez um dos pub crawls mais legais que já fui (ok, sempre curto esse rolê!). Bom, Pub Crawl é sempre aquela história, começa diboas e nunca termina bem kkkkkkk. Aliás, quem não sabe o que é um Pub Crawl, pretendo um dia escrever sobre o assunto, mas em resumo é um rolê de bar em bar, que finaliza numa balada (geralmente 3 bares/pubs + 1 balada).

Em Santiago fui no “Pub Crawl Santiago” (instagram @pubcrawlsantiago). Basicamente o primeiro bar tinha 1 hora de open bar e os 2 seguintes tinham welcome shots. Por último a balada era muito boa, mas não lembro o nome kkkkkkkk. O local de encontro é no bar “Play Karaoke” (Pio Nono 280, 2º andar) e o custo é de 10.000 pesos Chilenos (algo como 75 reais).

8. Comprar vinhos

Não gosto do turismo de compras, mas adoro vinho, então no em Santiago, Chile é diferente! Os vinhos são muito baratos, em média 3 a 5 vezes menos que no Brasil. Garrafas que aqui custam 150 a 200 reais, você encontra facilmente por 50 reais no Chile.

Apesar disso, eu recomendo que você não procure esses vinhos mais comerciais, para os quais existe importação no Brasil. Por exemplo, acho que não faz sentido trazer um Concha y Toro. Isto porque, em Santiago você pode ter acesso a diversos rótulos locais com tiragem muito limitada e excelente qualidade.

Quando fui pra Santiago consegui trazer 9 garrafas (se coubesse mais, vinha com mais!). Todos os vinhos eram locais e bastante exclusivos. O custo das garrafas girou em torno de 50 a 90 reais, e acredite, nessa faixa de preço já estamos falando de vinhos premium no Chile.

Fiz as compras em Bellavista, na loja Vinomio, especializada na bebida. O atendente ajudou bastante nas escolhas e absolutamente todos os vinhos eram sensacionais, acho que desde então poucas vezes bebi vinhos tão bons.

Infelizmente vi no Google que a loja fechou (não sei se apenas na pandemia ou pra sempre), então, se você curte a bebida e quer trazer garrafas, recomendo que procure alguma loja especializada. Com certeza vai valer a pena!

Partiu Santiago?

Essa é apenas uma visão geral de Santiago (Chile) e alguns pontos turísticos. É claro que existe muito mais atrações na cidade para todos gostos e bolsos.

Ah, e não se esqueça de emendar a subida das cordilheiras no seu roteiro. Falarei sobre elas em outro post. Acesse o roteiro de 11 dias no inverno do Chile clicando aqui e saiba sobre outras cidades chilenas. Agora é só fazer as malas e curtir um dos melhores destinos de inverno da América do Sul.

Comente, pergunte, conte a sua experiência!