Museu Anne Frank

Você já ouviu falar da história de Anne Frank? Pois bem, esta jovem ficou mundialmente conhecida após sua morte atroz. Através do diário que escreveu enquanto estava escondida com sua família, o mundo pôde se compadecer de seus relatos durante os anos da Segunda Guerra Mundial. Tive a oportunidade de conhecer no ano passado o Museu da Anne Frank, localizado na cidade de Amsterdã, Holanda. Se você quer saber mais sobre esta história comovente e sobre este lugar único, vem comigo e continue lendo abaixo.

Museu Anne Frank
Fachada da antiga empresa de Otto Frank

O Início

A menina Anne Frank nasceu no ano de 1929, na cidade de Frankfurt, na Alemanha. Porém, alguns anos depois, a família se mudou para a Holanda, na tentativa de fugir da situação de miséria que seu país enfrentava. Assim, na bela Amsterdã, seu pai deu início a uma empresa de pectina, um agente espessante para dar textura a geleias e outros produtos alimentícios. Enquanto isso, Anne e sua irmã mais velha, Margot, levavam uma vida normal, frequentavam a escola e tinham amigos tanto judeus quanto não judeus.

Entretanto, em maio de 1940, com a invasão nazista aos Países Baixos, tudo mudou. A fim de discriminar a raça, diversas regras foram impostas pelos novos ocupantes ao povo judaico. Os judeus não só não podiam mais frequentar cinemas, parques e lojas, como também as crianças foram obrigadas a trocar de escola, exclusiva para eles. Como se não bastasse, seu pai, Otto Frank, também foi obrigado a encerrar suas atividades como empresário, já que não era permitido que judeus mantivessem negócios próprios.

Conforme o cenário foi piorando, sua irmã Margot recebeu uma intimação para trabalhar na Alemanha, o que deixou a família com muito medo e desconfiada deste “convite”. Dessa forma, no dia 06 de julho de 1942, todos eles esconderam-se num anexo secreto, junto à empresa de Otto. Este esconderijo foi preparado pelo sr. Otto, com a ajuda de alguns de seus antigos colegas de escritório. Inclusive foi a funcionária Miep Gies, que tempos depois encontrou e guardou o Diário de Anne. Mais tarde, outras quatro pessoas juntaram-se aos Frank e partilharam o abrigo.

O Esconderijo

O “Anexo”, parte de onde hoje funciona o Museu Anne Frank, é composto por três andares. A entrada se dá por um dos antigos escritórios da empresa de Otto. É disfarçada por uma estante de livros, que se abre como uma porta. Assim, no primeiro andar encontram-se dois quartos e um banheiro, sem chuveiro. Os banhos eram tomados com o auxílio de uma caneca, e somente aos domingos. Em um destes quartos ficavam Otto, sua esposa Edith e Margot. No segundo quarto, dormiam Anne e Fritz, um amigo da família. 

Dessa maneira, no segundo andar, ficava a cozinha e uma sala grande, que à noite virava o quarto da família Van Pels. Ainda, ao lado havia uma salinha com uma escada que dava para o sótão. Esta pequena sala virou o quarto de Peter Van Pels, em cujo rapaz Anne deu seu primeiro beijo. Durante a visita ao anexo, não pudemos subir ao sótão. E nem eles podiam, na época, para não correrem o risco de serem vistos. Entretudo, era através do sótão que os habitantes do anexo podiam, raramente, ver alguns raios de sol.

Neste link, você pode fazer um passeio virtual ao Anexo Secreto, através de imagens reais em 360° de cada cômodo.

O silêncio devia ser absoluto durante o dia, para que os trabalhadores da empresa não os ouvissem. Não se podia dar descarga, fazer comida, ou conversar em voz alta. Ora, Anne não tinha muita opção de lazer. E assim, passava muitas horas escrevendo em seu diário, apelidado carinhosamente de “Kitty”. Além de seus sentimentos e pensamentos, a garota também anotava trechos dos livros que lia e começou a escrever até mesmo um romance. Seu sonho era ser escritora, atriz ou jornalista. 

O Desfecho

Em agosto de 1944, o anexo foi descoberto pela polícia alemã. Todos os seus habitantes foram presos e logo em seguida enviados para os campos de concentração nazistas. Até hoje não se sabe ao certo se houve um delator e quem foi. Há diversas teorias. 

O único sobrevivente foi Otto Frank, cuja libertação de Auschwitz deu-se em janeiro de 1945. Quase a tempo de ter encontrado suas filhas. Ele já estava ciente da morte de sua esposa Edith, porém ainda nutria esperanças de rever as jovens. Infelizmente, Anne e Margot Frank morreram em fevereiro de 1945, no campo de concentração de Bergen-Belsen, no distrito de Celle. A causa provável de suas mortes foi a epidemia de tifo. 

O Sonho de Ser Escritora

O sonho de Anne se realizou postumamente quando, em 1947, seu pai foi convencido por amigos a publicar as partes encontradas de seu diário. O livro foi um sucesso, e hoje encontra-se em mais de 70 línguas. Foi enredo de filmes, roteiro de peças de teatro e assunto de diversos documentários. 

“Quero ser útil ou divertir todas as pessoas, mesmo aqueles que nunca conheci. Eu quero continuar vivendo mesmo depois da minha morte! E é por isso que eu sou tão grata a Deus por ter me dado esse dom que posso usar para me desenvolver e expressar tudo o que está dentro de mim!”

– Anne Frank, em seu diário.

Suas palavras são tocantes, e cheias de emoção e significado. É impressionante como uma jovem em seus apenas 13, 14 anos já tivesse o dom da escrita tão aflorado. Ora, devo pensar que veio de seu gosto pela leitura. A família sempre manteve uma pequena biblioteca em sua casa. E Anne foi uma grande amante dos livros.

O Museu de Anne Frank

Os ingressos para o Museu de Anne Frank podem ser comprados pelo seu site oficial. O ticket adulto custa €14. Além de poder circular pelo anexo, há depoimentos de pessoas que conviveram com a jovem, inclusive nos campos de concentração. Partes de seu diário estão expostos, além de diversos outros artigos históricos. É um passeio comovente do início ao fim.

Quando você visitar Amsterdã, não deixe de conhecê-lo. Não só por abrigar um pedaço importantíssimo da história, como também para que lembremos que somos todos seres humanos indistintos e não devemos cometer os mesmos erros do passado. Como Anne, existiram milhares (se não milhões) de jovens, cheios de sonhos e esperanças, mas que não tiveram suas histórias contadas. Que este legado que Anne nos deixou possa tocar tantos corações quantos forem possível.

Mas atenção: em épocas normais, os ingressos costumam esgotar com dois meses de antecedência, portanto garanta-os o quanto antes. Em meu Instagram, @camighisolfi, você pode assistir a um IGTV que gravei momentos após deixar o museu, ainda muito emocionada. E pode conferir como estava a situação em Amsterdã em plena pandemia: vazio e sem filas em um dos Museus mais visitados do mundo.


Anne Frank
Estátua em memória da jovem Anne Frank e à direita, fachada da antiga empresa de pectina de Otto Frank, onde a família ficou escondida no “anexo secreto” e onde hoje funciona o Museu de Anne Frank, am Amsterdã – Holanda.

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