Como eu larguei tudo para seguir meu sonho de morar no exterior

Morar no Exterior

Sabe quando você se sente preso a uma situação da sua vida sem conseguir sair dela?

Pois bem, era assim que eu me sentia, sentada oito horas por dia, em frente ao monitor carregado com sistemas operacionais que enviavam alertas vermelhos assim que completasse cinco minutos de espera do cliente, e que me indicavam as próximas ligações perdidas para retornar. Ao mesmo tempo, eu estava ocupada em outra ligação, resolvendo o problema da pessoa sentada à minha frente e respondendo ao meu chefe ao lado. Na maioria dos dias, nem tinha tempo de tomar água ou ir ao banheiro. Desse modo, os dias passavam por mim voando e morar no exterior era ainda um sonho distante.

Seja como for, dez anos desta vida de bancária eram suficientes para mim. Com 28 anos, eu já havia desenvolvido tenossinovite nos braços e punhos e me sentia estressada e esgotada. Após voltar desolada de uma perícia no INSS, decidi que queria e precisava mudar de vida.

Depois de muito pensar e analisar situações

Depois de muito pensar e analisar situações, cheguei à conclusão que de nada valia largar um concurso disputadíssimo e um emprego estável se não fosse para viver a vida dos meus sonhos. Trocar seis por meia dúzia, como dizem, estava fora de cogitação. Como uma internacionalista (assim que chama quem é graduado em Relações Internacionais), meu desejo mais profundo sempre foi conhecer outros lugares e culturas. E a hora dele havia chegado.

Comecei a programar minha saída do banco em que trabalhava quase um ano antes de ela se efetivar. Guardei dinheiro, fiz investimentos, organizei documentos, retomei os estudos de inglês, juntei informações de todos os países que me atraíam. E, aos poucos, fui preparando minha mente (e a de minha mãe!) para a mudança. Em novembro de 2017, com frio na barriga e muitos pontos de interrogação, embarquei para Dublin, para o meu tão esperado sonho de morar no exterior.

Coisas que aprendi no meu intercâmbio

Como todo intercambista, passei muitas dificuldades no início. Estar em solo estrangeiro, longe de todos, sem amigos, sem trabalho, sem entender a língua direito, é uma baita de uma aventura! Mas com calma e resiliência, tudo foi se encaixando. Conheci pessoas e fiz amigos incríveis que levarei para a vida. Arranjei dois empregos, onde pude aprimorar minhas técnicas e desenvolver novas habilidades profissionais. Dividi casa com mais dez pessoas e aprendi alguns segredos sobre convivência feliz. Soube dar valor e aproveitar ao máximo cada momento em família e a dizer eu te amo todos os dias. E descobri que a vida é muito mais do que as horas gastas no trabalho durante todo o ano, para chegar ao final dele e aproveitar um mês de férias incrivelmente desejadas.

Aprendi em um ano e meio de Ilha Esmeralda o que eu não havia aprendido em dez anos de empregada pública brasileira. E me apaixonei por cada detalhe. Evoluí e fiquei mais forte após cada desafio.

Quando na Irlanda já não tinham muitas novidades

Quando na Irlanda já não tinham muitas novidades, arrisquei morar um tempo na Califórnia, Estados Unidos. Fiquei lá apenas três meses, onde fui babá de um lindo menino de um ano e meio. No final de 2020, fui presenteada com o prazer de experimentar também a cultura italiana por três meses, enquanto finalizava meu processo de cidadania. Que terrinha abençoada esta Itália, meus amigos! Os três meses que lá vivi não foram de longe suficientes para aproveitar o mínimo daquele lugar. Hoje, faz pouco mais de 90 dias que estou vivendo em Cascais, Portugal, para onde a vida acabou me trazendo e está sendo ótimo passar este tempo aqui para entender um pouco sobre a cultura dos nossos colonizadores.

Descobri em mim, afinal, uma aventureira nata, exploradora, viajante e esta é a parte do meu ser que mais amo. O que me motiva hoje é o desconhecido e sou movida por esta liberdade que caminha silenciosa ao meu lado. Não sei quanto tempo ficarei ainda em terras portuguesas, e nem qual será meu próximo destino, mas sei que haverá um, pois me acostumei com o frio na barriga e os desafios do percurso. Hoje vivo a vida dos meus sonhos, e amo compartilhar um pouco disso tudo aqui com vocês.

Se você quer saber mais dicas sobre o que fazer antes de partir para o seu intercâmbio, acesse este post: “Dicas Para Você que Pretende Morar Fora”.

A vida é curta e o mundo é grande!

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